BÍBLIA SAGRADA

            Deus é o Autor da Bíblia, Cristo é o centro da sua mensagem, o Espírito Santo é o Seu verdadeiro intérprete e a Igreja é a única instituição autorizada por Deus a proclamar a sua doutrina. Os escritores sagrados apenas registraram os textos sob a orientação divina.

            A Bíblia foi escrita entre 1520 a.C. (por Moisés, o primeiro escritor) e 96 d.C. (por João, o último), somando 1617 anos de tempo. Contudo, a Bíblia completa só foi oficializada em 397 d.C., no tempo do imperador Teodósio, quando se encerrou o Cânon Sagrado. Tempo total: 1917 anos.

            A Bíblia foi escrita no início em pedra e depois em papiro (feito da entrecasca da planta papiro) e pergaminho (pele de animal curtida e polida). Para se transportar os rolos de todo o AT, eram necessários vários animais de carga, porque pesavam muito.

            A palavra “bíblia”, comum no tempo de Cristo, era usada pelos gregos para denominar um conjunto de folhas escritas de material extraído de um planta chamada ‘papiro’(daí, papel). Um rolo pequeno recebia o nome de ‘biblíon’. O termo ‘bíblia’, aliás, é plural e significa ‘coleção de livros pequenos’. Esta palavra não fala de um livro, mas de muitos, ou seja, de 66 livros que formam o cânon das Escrituras Sagradas.

            As línguas originais da Bíblia são: o hebraico, o aramaico (de origem comum ao hebraico) e o grego. A língua é, portanto, produto e reflexão do espírito humano. O cérebro é apenas um emaranhado de conexões nervosas para a transmissão do pensamento.

            Na época de Jesus a língua falada na Palestina era o aramaico, o hebraico era usado apenas na liturgia (nas sinagogas e no Templo). A língua oficial do “Império Romano” era o latim, mas, a língua falada pelo povo em todo Império era o grego coenê, disseminado por Alexandre o Grande durante as suas conquistas.

            A Septuaginta - LXX é a primeira tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego escrita por volta de 250 a.C. que se tem notícia. Era a Bíblia usada na Palestina na época de Jesus e seus Apóstolos.

            Em Alexandria ficava a maior Biblioteca do mundo. Ptolomeu Filadelfo governava o Egito e estava empenhado em reunir exemplares de todos os livros do mundo, porém, o Antigo Testamento não estava disponível na língua grega, conforme relato de Aristeu, funcionário de Ptolomeu, e esse mandou pedir ao sumo sacerdote em Jerusalém que enviasse estudiosos para traduzi-la. Seis anciãos de cada tribo foram enviados e em 72 dias fizeram a tradução completa do Antigo Testamento para o grego ficou conhecida como (setenta).
A Hexapla - Orígenes de Alexandria (c. 185-255 d. C.) produziu o maior texto erudito de toda a antiguidade a Hexapla. O texto era composto por seis colunas paralelas, contendo “o hebraico na primeira coluna, o hebraico transliterado em caracteres gregos na segunda, o texto de Áquila na terceira, o texto de Símaco na quarta, o seu próprio texto corrigido da Septuaginta na quinta e o texto de Teodociano na sexta” (WESLEY, 1998: 420). 

           A Vulgata Latina - O erudito Jerônimo (c. 340-420) foi incumbido pelo papa Dâmaso a fazer uma tradução dos Evangelhos para o latim. Ele cumpriu sua tarefa em 383, e sua tradição foi baseada no latim antigo e europeu e nos textos gregos alexandrino. Em Belém, onde passou a habitar, percebeu que era necessário fazer uma nova tradução da Bíblia a partir dos originais gregos e hebraicos com a ajuda de alguns judeus eruditos que ficou conhecida como Vulgata Latina. Aos poucos foi suplantando o latim clássico. A partir de então a Bíblia passou a ser escrita em diversas línguas, a exemplo de Martinho Lutero que traduziu a Bíblia do latim para o alemão dos originais gregos e hebraicos. A Bíblia de Wycliffe, Tyndale, Coverdale, Roges, Genebra, dos Bispos, A King James Version, A Bíblia de Jerusalém, A Tradução de Almeida, Tradução de Figueiredo e etc. Aqui foram colocadas as mais conhecidas traduções.

            A Bíblia é dividida em duas partes principais ou Testamentos: o Antigo Testamento (AT) e o Novo Testamento (NT). O AT e a Palavra de Deus dirigida diretamente ao povo de Israel e indiretamente e profeticamente direcionada à Igreja que depende de suas informações originais para bem interpretar o NT. A segunda parte, o NT, é a Palavra de Deus (discursos de Jesus Cristo e dos Apóstolos), dirigida para a Igreja se informar a respeito do Reino dos Céus, das maravilhosas promessas do Senhor, de tudo sobre a salvação e de como viver dentro da vontade de Deus.

            O Antigo Testamento, escrito em hebraico e alguns versículos em aramaico, contém 39 livros organizados em quatro partes: o Pentateuco, com cinco livros (a Torah do judeus): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os Livros Históricos, como doze livros: Josué, Juízes, Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Os Livros Poéticos, com cinco livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Os Profetas, com dezessete livros: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel (cinco livros dos profetas maiores); Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias (doze livros dos profetas menores).

            O Novo Testamento, escrito em grego, contém 27 livros organizados em quatro partes: Evangelhos, com quatro livros: Mateus, Marcos, Lucas e João. Atos dos Apóstolos, com apenas um livro, Atos. Cartas Apostólicas, com vinte um livros (cartas, epístolas): Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonissences, 2Tessalonissesnces, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João e Judas. Profecia, com apenas um livro: Apocalipse.

Fonte: Texto extraidos do artigo do Pastor Carlos R. Cavalcanti e Bíblia Estudos de Libertação.