Poder pentecostal

13-06-2013 12:26

            A contar pelo tamanho da bancada, nunca os religiosos tiveram tanto poder no Congresso. Nessa legislatura 73 parlamentares evangélicos tomaram posse, 70 deputados e três senadores. Eles conseguiram reverter o desfalque que amargaram nas eleições de 2006 quando a bancada se viu reduzida a 36 integrantes.

            As últimas eleições demonstraram que a atuação religiosa rende votos. Dos 36 deputados, 34 foram reeleitos e a eles se somaram 39 novos parlamentares evangélicos. Após as eleições municipais do ano passado, o grupo se assentou em 68 deputados e 3 senadores.

            Neste ano, dois dos seus representantes assumiram cargos de liderança de suas bancadas. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), da igreja Sara Nossa Terra, é um dos principais articuladores do grupo e da chegada do polêmico deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho assumiu a liderança de seu partido, o PR.

            Além das lideranças partidárias, o poder dos evangélicos também se faz forte no comando da Comissão de Legislação Participativa, sob a presidência do deputado federal Lincoln Portela (PR-MG), que tem grande trânsito junto a líderes de outros partidos e ao Palácio do Planalto.

            O grupo também ficou com 18 das 132 vagas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Um número que não representa a maioria, mas que faz diferença ao se aliarem a outra bancada poderosa, a ruralista, nas votações de matérias que tratam da questão territorial, principalmente envolvendo comunidades indígenas e quilombolas. Na comissão de Ciência e Tecnologia, responsável por analisar as concessões de rádio e televisão, a bancada evangélica ocupou 14 das 42 vagas.

            O grupo é liderado pela Assembleia de Deus que tem 22 representantes e a coordenação da bancada nas mãos do deputado João Campos (PSDB-GO). A bancada conta ainda com 11 representantes da Igreja Batista, 8 da Igreja Presbiteriana, um da Igreja Universal, 3 da Igreja Quadrangular e 3 da Igreja Internacional da Graça de Deus. Outros 14 deputados pertencem a outras instituições religiosas menores.

Fone: IG