Como funciona a cobrança de juros?

29-07-2013 15:08

            O que fazem as dívidas ou a poupança crescerem a cada período (mensal ou anual), é o famoso juro – o qual se divide em simples e composto, sendo que no caso de investimentos em poupança e na maioria dos contratos de dívidas contraídas pelos brasileiros são utilizados os juros compostos.

            É de grande importância antes de entrarmos na questão da poupança esclarecermos primeiro sobre os juros.

O que são juros?
            Juro é a remuneração que o tomador de empréstimo terá que pagar ao proprietário do capital emprestado (no caso o dinheiro), para podê-lo usar por um determinado tempo.
            Quando o juro é calculado sobre o valor tomado emprestado, temos ai o que chamamos de juros simples, pois, os juros são sempre calculados sobre o valor inicial tomado emprestado. Mas quando o valor tomado emprestado é somado ao juro do primeiro mês, e sobre esta soma são aplicados os juros do segundo mês, temos neste caso o “famigerado” juros compostos. E é aqui que reside a fonte de amargura de grande parte das pessoas, famílias e empresas endividadas e sem expectativas de uma solução para os seus problemas financeiros, pois estes caíram na armadilha dos juros compostos, conforme veremos no exemplo a seguir.

Caso 1:
            O Sr. Fulano de Tal tomou emprestado a quantia de R$10.000,00 do Sr. Beltrano da Floresta, para pagá-lo daqui a 30 dias, a taxa de juros simples de 3,0% ao mês.

Juros = R$ 10.000,00 x 3,0% R$ 300,00 (juros a pagar)
Principal tomado emprestado R$ 10.000,00
Total devido (valor tomado emprestado + juros) R$ 10.300,00

            Ocorre que o Sr. Fulano de Tal não conseguiu pagar o empréstimo a final dos primeiros 30 dias, sendo que ele procurou o Sr. Beltrano Floresta explicou a situação, e pediu mais 60 dias para quitar a dívida, acertando que pagaria mais juros simples de 3,0% ao mês. Desta forma, a sua dívida ficou conforme abaixo até a data do pagamento 90 dias depois de tomar o empréstimo;

Juros simples de 3,0% 3(meses) x 3,0% = 9,0%
Juros = R$ 100,00 x 9,0% R$ 9,00 (juros a pagar)
Principal tomado emprestado R$ 10.000,00
Total devido (valor tomado emprestado + juros) R$ 10.900,00

            Temos neste caso, aplicando os juros simples de 3,0% ao mês, que após 3 meses o devedor deverá pagar a quem emprestou os R$10.000,00, a quantia de R$ 10.900,00 corrigido pelos juros combinado entre as partes.
No entanto, caso estes dois senhores citados anteriormente tivessem acordado a cobrança de juros de compostos de 3,0% ao mês, a dívida ficaria assim:

Com os juros compostos teremos os seguintes resultados:
Valor da dívida após 30 dias = R$ 10.000,00 x 3,0% = R$ 300,00
Valor da dívida após 60 dias = R$ 10.300,00 x 3,0% = R$ 609,00
Valor da dívida após 30 dias = R$ 10.609,00 x 3,0% = R$ 927,27

            Notem que utilizando juros compostos a dívida cresceu R$ 27,27 acima dos juros simples. Aparentemente a diferença é pequena, mas não se enganem, pois, a medida que os meses vão se passando a aplicação dos juros sobre juros (juros compostos), crescerá de forma assustadora, e o valor devido se tornará em uma bola de neve que cresce sem parar podendo arruinar o devedor. Por isso, os especialista recomendam, se possível nunca deixe de pagar o total do cartão de crédito, pois, ao pagar apenas o mínimo, as administradoras aplicam os juros compostos sobre a diferença devida, o que o levará a perder preciosas horas de sono.

            Para se ter uma idéia 3,0% ao mês teremos ao final de um ano, a dívida aumentaria 42,58%, e não apenas os 36,00% se fossem juros simples. E ao final de 3 anos a dívida de R$10.000,00 pelos juros simples seria de R$13.600,00, mas pelos juros compostos esta mesma dívida crescerá 189,83%, e a dívida de R$10.000,00 pelos juros compostos seria de R$28.982,78.
Ou seja, a dívida quase triplicou no decorrer de 36 meses.

            Portanto, queridos irmãos e amigos na medida do possível fujam de pagar juros, exceto em caso de extrema necessidade, como por exemplo, casos de doença, e/ou para a realização de investimentos, situação na qual pagar juros irá lhe trazer benefícios futuros.

            Por Ms. Flávio Oliveira dos Santos - CORECON 5.468-2 PR. (Serve a Deus como membro da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Londrina, Mestre em Economia pela Universidade de Brasília, Professor de economia na Faculdade Metropolitana/IESB e Funcionário do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR).